Monday, January 28, 2008

Entrecosto com Arroz e Lombarda

Mais uma receita que a minha mãe guardou para mim das suas Marias de há 20 anos atrás.
É muito saborosa e cá em casa todos adoraram!
E já fiz duas vezes!!!!
Entrecosto com Arroz e Lombarda
Ingredientes:
500 g de entrecosto magro

1 copo de arroz
600 g de couve lombarda
1 cebola média
1 dente de alho
1/2 folha de louro (usei 1)
1 ramo de salsa
2 tomates maduros

1 copo de vinho branco
1 colher de sopa de sal
Óleo

Preparação:
Escolha couve lombarda muito tenra, corte-a em juliana, lave-a e escorra.
descasque a cebola e o dente de alho e pique tudo.
Dentro de um tacho de barro (o meu não era de barro), faça um refogado muito leve com a cebola, alho, óleo, louro e salsa. (eu só juntei a salsa no final)
Quando a cebola estiver transparente, junte o entrecosto cortado aos quadradinhos (o meu estava em tiras), sal e o tomate limpo de peles e sementes e esmagado à mão (eu piquei com a faca).
Regue com o vinho branco e deixe ferver lentamente durante 20 minutos.
Se achar necessário junte colheradas de água a ferver.
Acrescente 1/2 litro de água e, quando levantar fervura junte o arroz e a couve lombarda.
Rectifique o sal e deixe ferver durante 5 minutos.
Meta logo o tacho no forno previamente aquecido e deixe acabar de cozer.
Sirva com pickles.

Geleia de Pimentão

Sempre tive curiosidade em relação a esta geléia desde que a vi no blog da Lica (é o último post), mas como o meu estômago e os pimentos não se dão muito bem nunca experimentei.
No Natal tinha convidados para jantar e decidi servir a geleia com queijo creme, mas tal como eu, os meus convidados também a acharam “estranha”.
Ela diz que "são apenas três ingredientes, 30 minutos no fogo e um mundo de elogios..."
Confirmo os dois primeiros apenas...
Esta não vai ser repetida cá por casa.
Valeu pela experiência e fez-me lembrar a versão doce da nossa massa de pimentão.
De qualquer modo aqui fica a receita que tirei do blog da Cris.


Geléia de Pimentão

Ingredientes:
500 g de pimentão amarelo ou vermelho
1 xícara de vinagre branco (usei de vinho branco)
1 xícara de açúcar

Preparação:
Tire as sementes do pimentão.

Bata tudo no liquidificador por uns 10 segundos.
Cozinhe numa panela por cerca de 30 minutos ou até chegar ao ponto de geléia.
Quando começar a espumar das bordas para o centro este é o ponto.

Sirva com pão italiano, crackers, baguete, sobre cream cheese, brie ou o autêntico catu*iry (que eu descobri que é um tipo de queijo).

Dicas da Cris:
- Ela nunca avisa que é geléia de pimentão amarelo... sempre acham que é damasco!
- Geléias aquecidas são óptimas com sorvetes e bolos, como já provou a
Eliana!
- Geléias dão um lindo acabamento a assados, tender, costelinha, lombo, pernil...
- Para desenformar com perfeição o cream cheese, congele-o antes por meia hora!

Friday, January 25, 2008

Amigo Secreto não mais Secreto

O Brasil é do outro lado do mundo, mas quando eu vi esse Amigo Secreto no blog da Laila fiquei com imensa vontade de participar.
Quando ela divulgou a lista de participantes vi que tinha blogs de Portugal e da Europa e fiquei fazendo figas para me calhar um destes e para eu calhar a um desses.
Atenção, não tenho nada contra o Brasil e na altura ainda nem suspeitava como eram os correios daqui para o Brasil....

As figas não funcionaram e eu tirei uma AS do Brasil (que ainda espera minha prenda pois a que enviei ficou retida na alfândega do Brasil desde 12.12, vá-se lá saber porquê...mas na próxima semana vou-lhe enviar um outro mimo)
Quem me tirou como Amiga Secreta tinha um codinome muito doce: Candy.

Ela enviou-me uma mensagem simpática a dizer que ela era minha AS.
Fiquei curiosa e respondi, pedindo-lhe pistas.
Ela deu como pista que fez um prato do meu blog nessa semana.
Ora, que eu tivesse conhecimento, 3 pessoas tinham feito pratos do meu blog.
Contudo, dessas pessoas apenas uma tinha publicado a receita que eu fiz e eu disse-lhe que suspeitava que era ela minha amiga secreta.
Ela não negou e passei a tomar nota de todos os pequenos pormenores do que ela escrevia, fosse em mensagens para mim ou para todos e cada vez tinha mais certeza que ela era minha AS.

Mais para o fim, com a prenda que nunca mais chegava (embora eu não estivesse preocupada pois ela como querida que é, sempre me informou da situação) fiquei com 100% certeza de que era ela pois ela dizia que sua AS morava muuuuiiiiitoooo longe.

Há uma semana atrás, na quinta-feira à tarde, meu marido foi ao apartado (ou caixa postal, como se diz no Brasil) e informou-me que tinha uma encomenda para eu levantar.
Como o apartado fica perto do meu trabalho, no dia seguinte à hora de almoço corri para lá e levei a encomenda para casa: uma caixa amarelinha...
Antes de almoçar ainda comecei a espreitar o que havia na caixa,
mas só consegui ver esse pacote (que não abri)e o que tinha pedido para minha AS:

O marido já estava reclamando que nos íamos atrasar para voltar para o trabalho e para eu almoçar e coloquei tudo de novo na caixa.
Depois do trabalho é uma confusão com jantar e banho das crianças e não peguei mais na caixa, embora de vez em quando olhasse para ela...

Finalmente, depois de deitar os filhotes, dediquei-me a descobrir o que minha AS me tinha enviado:

Voltei a retirar a prenda, mas deixei para abrir no fim
Retirei novamente os polvilhos (em Macau ainda não há...)
Depois vi que tinha umas revistinhas coloridas e ao retirá-las descobri isto:

Minha AS sabe que cá em casa se come muito porco ;) e que tento fazer a família comer peixe ;)
Por fim, fui abrir minha prendinha e fiquei surpreendida, era linda, um pano para decorar a cozinha em patchwork, feito pela sogra de minha AS, mas lindo, perfeito! Como você descobriu que eu adoro patchwork? Não sei fazer nem tenho jeito mas de vez em quando dou uma espreitadinha na net em blogs bem giros sobre essa matéria.

E, ao desembrulhar o pano saiu lá de dentro outro dos meus pedidos para minha AS: a famosa essência de panetone!!!! Agora, deixa eu ter um tempinho e vou fazer panetone!!!!
Não é Natal? E daí, esse AS é do Natal, além disso coisas boas se comem em qualquer altura, não é? Além de que o Natal é quando o homem quiser.

E aqui fica uma foto de tudo o que minha AS me enviou, uma querida, sempre tão preocupada!


Bem, e já ninguém tem mais paciência e pensa, mas será que ela vai esquecer de dizer quem é sua AS? Pois, na verdade ainda pensei dizer só amanhã, mas, tendo em conta que minha AS já teve de esperar uma semana para eu publicar esse post (me desculpe, mas não deu mesmo para ser antes) então vamos desvendar o mistério, com umas dicas primeiro para tentarem adivinhar:
Minha AS é linda
É brasileira ;)
Da cidade maravilhosa
Importante: é mulher eh eh eh
Ah, e tem blog ;p
O blog tem um novo look
Ela sempre publica muitas fotos
É muito simpática!
Tem um sorriso lindo
E um umbigo que sempre anda no fogão
Adivinhou?
Pois é, é ela, a linda Dani, do blog Umbigo no fogão.
Obrigada, linda, adorei!!!!

Tuesday, January 22, 2008

Polvo em Molho de Cerveja

O meu filho reclama imenso quando a refeição é peixe, mas adora polvo, lulas e choco. Para ele não é peixe.
Assim, ando sempre a tentar encontrar receitas diferentes para apresentar pois ele também não gosta de repetir a comida (tal como a mãe... quem sai aos seus...)
Esta receita encontrei através de pesquisa no Blackle no Daqui e Dali e é bastante saborosa, todos gostaram.

Polvo em Molho de Cerveja

Receita da região Madeira
Ingredientes:
1 kg de polvo fresco
3 cebolas
6 colheres (sopa) de azeite
Vinho branco
1 dente de alho
300 g de tomate
1 chávena de cerveja preta (não tinha, usei cerveja normal)
Sal
Pimenta
Salsa

Preparação:
Amanhe o polvo e limpe-o da película que reveste a parte central e os tentáculos.
Lave em várias águas e escorra.
Coloque-o dentro de um tacho, junte-lhe uma cebola descascada (espetei uns cravinhos na cebola), um fio de azeite e uma pequena porção de vinho branco.
Tape o tacho e cozinhe em lume brando até o polvo ficar macio.
Deixe arrefecer.
Entretanto, descasque as restantes cebolas e o dente de alho.
Limpe o tomate das peles e sementes e pique-o finamente.
Deite num tacho e leve ao lume com o azeite.
Refogue em lume brando durante alguns minutos e regue com a cerveja e algumas colheres do caldo de cozer o polvo.
Deixe ferver um pouco e adicione o polvo cortado em pedaços.
Tempere com sal e pimenta e apure bem.
Fora do lume, polvilhe com salsa picada.
Enfeite com azeitonas pretas e sirva com pão torrado.
Aproveitei o restante caldo de cozer o polvo para fazer arroz, substituindo apenas a água para cozer o arroz por este caldo. E ficou muito bom!!!!

Courgette com tomilho e vermicelli

A “saltar” de blog em blog fui parar a este blog onde descobri várias receitas que me agradaram. Esta receita foi testada quase de imediato e já foi repetida cá em casa.
Já fiz a versão “original” e a versão com vermicelli.
As duas são muito boas, sendo a última um óptimo acompanhamento para carne assada por exemplo.
Ela retirou a receita de um número antigo da revista Food and Wine

Courgette com tomilho e vermicelli

Ingredientes:
2 colheres de sopa de azeite
1 1/2 colher de sopa de manteiga
1/4 de copo de cebola picada finamente (usei meia cebola)
1/4 de copo de salsa picada
1 courgette cortada em palitos de 7 cm x 3 cm
1 caldo de carne (ou de galinha)
1 1/2 colheres de chá de tomilho (usei fresco)
Sal e pimenta
1 pacote de massa vermicelli

Preparação:
Aqueça o azeite e a manteiga numa frigideira grande.
Adicione a cebola e a salsa e cozinhe até ficar macio, mas não castanho.
Acrescente a courgete cortada em palitos, o cubo de carne esmagado, o tomilho e tempere com sal e pimenta. Acrescente também o vermicelli previamente demolhado durante cerca de meia hora (ou até ficar macio) se usar.
Mexa suavemente para misturar tudo bem.
Tape e deixe cozinhar em lume brando durante 10 a 20 minutos até ficar macio, mexendo de vez em quando.
Cuidado para não cozinhar demais senão a courgete fica desfeita.


Monday, January 21, 2008

Frango com cogumelos chineses

Hoje deixo-vos uma receita chinesa que o meu filho adora, mas que aqui eu raramente faço, mas já fiz algumas vezes em Portugal para os amigos e para a minha mana.
Aqui deixo nas mãos de quem sabe mais da matéria, afinal é chinesa e foi ela que fez esta receita, eu limitei-se a fotografar: a mãe do meu marido.

Frango com cogumelos chineses
Ingredientes:
1 frango
Cogumelos chineses secos
Molho de soja
Sal q.b.
Açúcar q.b.
2 Chalotas
2 colheres de sopa de molho de ostra

Preparação:
Corte o frango em pedaços e tempere com molho de soja, sal e açúcar.
Deixe tomar gosto por umas horas.
Ponha os cogumelos de molho, cobertos com água durante umas 2 horas, até amolecerem.
Retire e reserve a água.
Aqueça o óleo numa panela ou wok.
Junte o alho picado, as chalotas em rodelas e o gengibre esborrachado (dê um murro ou bata com o cabo da faca).Deixe alourar em lume muito brando.
Juntar o frango em pedaços e fritar um pouco.
Acrescente os cogumelos (inteiros ou partidos, depende do gosto) e deixe fritar mais um pouco.
Acrescente a água de demolhar os cogumelos. Se não for suficiente para quase cobrir o frango, acrescente mais um pouco de água morna.
Tape o tacho e deixe ferver em lume moderado a fraco.
Quando ferver acrescente o molho de ostra, rectifique o sal e deixe cozer.

Servi com arroz branco e bróculos cozidos.

Cortar manga

Adoro fruta, quase todas as frutas, mas a manga é de longe a minha favorita.
Ainda bem que estou em Macau e não em Portugal pois aqui há mais variedade e a preços mais acessíveis.
Há quem não tenha muita paciência para esta fruta porque suja as mãos.
Mas há sempre modo de contornar este problema.

Corte a manga em dois pedaços, descolando-a do caroço.
Faça cortes paralelos na vertical e depois na horizontal.
Pressione a parte de trás da manga, a que tem pele e volte a manga.
Fica com quadrados de manga prontos a serem saboreados e com uma apresentação bonita para servir.

DesafioGiro

Vi esse meme num blog que já não sei qual é e achei interessante pelo que resolvi responder e dar a conhecer um pouco mais de mim.

1. Pegue o primeiro livro que encontrar por perto, abra-o na página 18 e copie o que está escrito na quarta linha de cima para baixo.
“...part and he said yes only after some script rewrites.” (Revista do South China Morning Post, de 13.01.2008, entrevista a Jack Nicholson)
2. Qual o último programa que você assitiu na TV?
Telejornal de Portugal
3. Sem olhar, tente adivinhar que horas são: 14:35
4. Confira, agora são/é:
14:32
5. Que barulho pode ouvir além daquele do seu computador?
Música do radio e as minhas colegas a conversar em chinês.
6. Quando você saiu pela última vez e o que fez?
Esta manhã saí de casa, levei o filho à escola, a filha à creche e vim trabalhar.
7. O que você está vestindo agora?
Calças pretas de tecido com riscas brancas, uma túnica preta com um cinto e um casaco pretode linha.
8. O que estava assistindo antes de começar este meme?
Nada, estava a trabalhar e fiz um intervalo.
9. Você sonhou esta noite?
Sim, que tinha uma casa maior…
10. Quando riu pela última vez?
Acho que esta manhã com qualquer coisa que a filha disse, mas não tenho a certeza que as manhãs são um stress!
11. O que há nas paredes da sala em que está?
Calendários, fotos de hóquei em patins (o meu colega é treinador do meu filhote), “fai chon” (umas tiras de papel com caracteres chineses com dizeres auspiciosos para o ano novo chinês que se aproxima -7/02 e papéis com informações variadas
12. Viu algo estranho hoje?
Não, mas aqui há tanta coisa que para mim já não é estranha (primeiro estranha-se, depois entranha-se)
13. O que acha deste meme?
Interessante!
14. Qual foi o último filme que assistiu?
Não sei o nome, estava dando na televisão e era sobre uma escritora americana que se divorcia e compra uma vila em Itália, nada de especial, mas eu estava com preguiça de ir buscar o comando para mudar de canal)
15. Se você ficasse milionário de um dia para o outro, qual seria a primeira coisa que compraria?
Uma casa maior!!!
16. Diga algo sobre você que a gente ainda não saiba.
Essa é difícil, sei lá, estou em Macau há quase 13 anos?
17. Se pudesse mudar algo no mundo, com exceção da culpabilidade e da política, o que seria?
Acabaria com a pobreza e o sofrimento, principalmente das crianças.
18. Gosta de dançar?
Sim.
19. George Bush?
EUA
20. Que nome escolheria se tivesse uma filha?
Já tenho uma e não estou a planear ter mais nenhuma.
21. E se fosse um menino?
Também já tenho e também não planeio mais nenhum.
22. Já pensou em morar em outro país?
Actualmente não moro no meu país, moro em Macau, mas já tive vontade de ir para a Austrália ou para a Nova Zelândia.
23. O que gostaria que Deus lhe dissesse quando cruzasse as portas do paraíso?
Sinta-se em casa
24. Quais são os 4 outros bloggers que deseja convidar a responder este meme?
Quem achar piada e quiser fazer.

Friday, January 18, 2008

Laranjinhas

Esta receita é uma recordação de infância da minha amiga e colega de trabalho (e cobaia das minhas experiências...) e foi a mãe dela que lhe deu a receita.
Muito fácil de fazer e muito boa, mas um pouco doce daí que talvez seja recomendado cortar no açúcar.
Estas foram feitas pela minha colega para o aniversário da filha dela, no início deste mês e vou participar com ela no Rei Calor da Colher de Tacho, apesar de em Macau estarem apenas 8 graus Celsius.




Laranjinhas

Ingredientes:
1 kg de cenouras
Casca de uma laranja (só o vidrado)
Açúcar
Sumo de 1 laranja
1 pau de canela
Forminhas de papel

Preparação:
Descasque as cenouras e coza juntamente com o pau de canela e a casca de laranja.
Depois de cozidas, descarte a casca de laranja e o pau de canela e escorra as cenouras num pano de cozinha de modo a ficarem bem enxutas.
Pese as cenouras, reduza-as a puré e leve novamente ao lume como mesmo peso de açúcar (ou um pouquinho menos).
Deixa-se ferver durante algum tempo, juntando o sumo de laranja.
Vá mexendo até que comece a ficar consistente de modo a serem feitas as bolinhas.
Retire do lume e deixe arrefecer.
Molde bolinhas e passe em açúcar pilé.
Coloque em forminhas.


Adenda: A leitora Isabel do Porto também conhece estas Laranjinhas e informa que antigamente em cada laranjinha se espetava uma folhinha de tangerineira ou laranjeira e deixava-se secar um pouco. Em Macau é um pouco complicado encontrar as folhas pois não há hortas mas fica a informação.

Se mais alguém tiver dicas, sugestões ou receitas tradicionais, o email está ali ao lado e eu agradeço. ;)

Thursday, January 17, 2008

Filhoses de forma

Preparem-se para rir pois hoje é um post cómico (e longo!): a aventura das filhoses de forma.

Depois de receber estas lindas formas para as filhoses de forma enviadas pela querida Turbolenta tinha de experimentar fazer as referidas filhoses.
E tinha de ser o mais rápido possível, pelo que na véspera de reis antes de jantar preparei a massa para fritar depois de deitar os filhotes.
Mas a filha fez uma grande birra e quando adormeceu apetecia-me atirar as filhoses no lixo e achei que devia estar com paciência para as fritar pelo que a parte de deixar a massa no frigorifico uma hora passou a deixar durante a noite.
No dia seguinte, domingo de reis, levantei-me cedo, que o filho TEM de se levantar às 8:00 para ver uns desenhos animados da Dora e do Diego e eu fui para a cozinha.

Tirei a massa das filhoses do frigorifico e deixei descansar enquanto o óleo aquecia no meu fogão chinês de duas temperaturas: demasiado quente e não suficientemente quente e isto já é uma aventura para fazer fritos e a querida Turbolenta tinha tantas recomendações sobre a temperatura do óleo que achei que as coisas iam correr mal.

Aquecer as formas, então enfia-se no óleo, retira-se e põe na massa e põe na frigideira.
Humm... não sai nada para a frigideira....retira a forma, limpa com cuidado (está quente!) com um papel. Volta a enfiar no óleo, de seguida na massa e novamente no óleo que estava demasiado quente e obtive uma coisa meio queimada (podem-se rir que eu não me importo!)

Bem, mesmo assim pareceu-me que havia esperança...
Deixar o óleo menos quente, voltar a repetir o processo e as filhoses de forma iam surgindo.
Não tive grande dificuldade em descolá-las da forma, aliás estava tão preocupada que não se descolassem que tive dificuldades foi em que se descolavam depressa demais e nem saiam da tigela da massa.
Percebi então que a forma estava demasiado quente e cozia a massa.
A forma tem de estar quente para a massa agarrar, mas não demasiado para não cozer a massa... qual o quente suficiente é uma questão de ir tentando. Se começar a cozer a massa está demasiado quente eh eh eh

O resumo da aventura: as filhoses são óptimas!
Filhoses “em condições”: 23
Queimadas: 1
Massa cozida sem chegar à frigideira: 5
Partidas ao sair da forma: 2
Lixo: 1

Aqui fica a receita da Turbolenta (que eu segui à risca!) e umas considerações para quem se decidir aventurar.
Eu volto à carga no Natal!

FILHÓS DE FORMA

Ingredientes:
130 gr farinha SEM FERMENTO
1 pitada de sal
1 pitada de canela em pó
3 ovos grandes
1,25 dl leite
Aguardente ou Vinho do Porto (menos de meio cálice pequeno) – usei aguardente
1 casca de laranja (sem a parte branca) – usei uma tira com 2 cm x 5 cm
Açúcar e canela para polvilhar depois de fritas

Como fazer:
Numa taça juntar a farinha com o sal e a canela.
Noutra taça bate os ovos inteiros com o leite frio.
Depois de batidos junta este líquido (sempre em fio), à farinha e mistura bem.
Por fim junta o vinho e a casca da laranja. Mexe.
Guarda no frigorífico 1 hora. (A minha ficou durante a noite...)
Passado este tempo tira a casca da laranja.
Fritar em óleo bem quente, tendo o cuidado de molhar as formas no óleo alguns segundos para elas irem bem quentes (sem ser em demasia senão coze a massa), mergulhando-as na massa (NUNCA PODE DEIXAR PASSAR A MASSA POR CIMA DAS FORMAS- senão a massa não se despega).
Ao mergulhar a forma no óleo, oscila-a para cima e para baixo, para a massa se despegar.
Por fim escorre os fritos e passa-os por uma mistura de açúcar e canela ( Enquanto mornos).
NOTAS: Se a massa não descolar da forma, limpe-a com cuidado usando uma faca para descolar a massa. NÃO LAVE A FORMA. Se tiver de limpar a forma apague o lume para que o óleo não fique demasiado quente.

A mãe da Turbolenta tem uma técnica que eu adoptei: Depois de usar as formas, se houver alguma massa raspa com uma faca e limpa-as com um pano limpo. Esfrega-as com óleo, embrulha-as num pano e guarda num saco de plástico.
Isto ajuda a que na próxima confecção elas se soltem mais facilmente.

Adenda: A leitora Isabel, do Porto deixou um comentário muito simpático a estas filhoses que para ela são rosas, o doce de família, desde meados do século dezanove.
Ensinou mais uns truques que eu agradeço e passo a divulgar para quem se aventurar (são muito úteis para ficar apenas nos comentários e já aprendi mais um pouco para melhorar a minha próxima aventura com estas filhoses):
Entre a taça com a massa e a frigideira colocar bastante papel de cozinha para, rapidamente pousar a forma e escorrer o excesso de óleo que poderá engordurar demasiado a massa impedindo-a de se agarrar bem à forma. (Acho que agora percebo porque perdi as últimas filhoses...)
A mãe desta leitora fazia uma calda rala com açúcar e raspa de laranja para regar as "rosas" logo antes de irem para a mesa. Uma sugestão para ficar diferente do simples açúcar e canela.
Obrigada Isabel, pode ser que assim estas tradições não se percam ;)

Azevias de Batata Doce e Grão

Bem, parece que o Natal chegou um mês atrasado a este blog, mas na altura não tive tempo de partilhar convosco as minhas receitas e quero deixá-las aqui para o próximo Natal e para quem resolver testá-las mesmo sem ser no Natal aliás, há certos doces que se comem pelo Carnaval que este ano nem sei quando é pois em Macau não se celebra.

Foi a primeira vez que me aventurei a fazer azevias, pois as que a minha colega de trabalho e cobaia das minhas experiências na cozinha me trouxe do café português Caravela não me convenceram.
Experimentei fazer as duas, de grão e de batata doce mas as de batata doce ficaram bem melhores.
Fiz no Natal e no Ano Novo, tendo as segundas ficado melhor que as primeiras!
Usei a receita do meu amigo Kuka, muito boa, mas mudei umas coisinhas :)
Dá muito trabalho, principalmente a estender e cortar a massa, mas o resto é muito fácil e saiu muito bem!
Fiz os recheios na véspera, usei no dia seguinte e fritei. Congelei metade para usar no ano novo e estava óptimo.

Azevias de Batata Doce e Grão

Recheio de grão:
800 g de grão (usei 2 latas de grão pré cozido e retirei as peles todas aos grãos, um a um. Dá trabalho mas vale a pena!)
200 ml de água
280 g de açúcar (pode variar conforme o gosto mais/menos doce)
1 colher de chá de canela (pode usar mais, mas assim o gosto nota-se pouco e mesmo quem não gosta de canela come e não reclama)
Raspa da casca de 1 limão
2 gemas

Preparação:
Reduzir o grão a puré.
Acrescentar a água em que dissolveu o açúcar.
Adicionar a canela e a raspa da casca de limão.
Leve ao lume, mexendo sempre para não queimar, até atingir uma consistência que ao passar a colher permita ver o fundo da panela.
Retire do lume e acrescente as gemas, mexendo bem.
Leve novamente ao lume por 2-3 minutos para cozer as gemas.
Retire e deixe arrefecer antes de rechear a massa.

Recheio de batata-doce:
1 kg de batata-doce
200 ml de água
240 g de açúcar (pode variar conforme o gosto mais/menos doce, mas a batata-doce já é doce)
1 colher de chá de canela (pode usar mais, mas assim o gosto nota-se pouco e mesmo quem não gosta de canela come e não reclama)
Raspa da casca de 1 limão
2 gemas

Preparação:
Descascar e limpar as batatas-doces e cortar aos bocados.
Cozer as batatas doces em água.
Retirar da água e reduzir a puré. (Esmaguei com um garfo)
Acrescentar a água em que dissolveu o açúcar (usei a água em que a batata-doce cozeu)
Adicionar a canela e a raspa da casca de limão.
Leve ao lume, mexendo sempre para não queimar, até atingir uma consistência que ao passar a colher permita ver o fundo da panela.
Retire do lume e acrescente as gemas, mexendo bem.
Leve novamente ao lume por 2-3 minutos para cozer as gemas.
Retire e deixe arrefecer antes de rechear a massa.

Massa:
0.5 Kg de farinha de trigo
3 – 4 colheres de sopa de azeite, banha de porco ou margarina (usei banha de porco, 4 colheres bem cheias)
1 cálice de aguardente
Água morna q.b. (usei ¾ de chávena)

Preparação:
Ponha a farinha de trigo num alguidar ou em cima da bancada.
Abra uma cova no meio e introduza aí o azeite, banha de porco ou margarina e um cálice de aguardente.
Mexa com os dedos para misturar tudo muito bem, borrifando água morna.
Amasse muito bem até ficar com uma massa macia e elástica.
Faça uma bola, envolva-a em película aderente ou num saco de plástico e deixe repousar cerca de uma hora num local não muito frio.
Preparação das Azevias:
Retire pequenas porções de massa e estenda-a com o rolo.
O Kuka fala em duas hipóteses de fazer os pastéis: cortar porções redondas de massa e aí depositar uma pequena porção de recheio e dobrar a massa ficando com o formato de um semi-circulo, ou por o recheio em cima da massa, dobrar esta por cima do recheio e cortar com um corta-massas. (Eu cortei os discos redondos com uma tampa de alumínio de cerca de 16 cm de diâmetro. Só depois de cortar todos os discos é que recheei).
Para que os bordos das azevias colem bem, passe com o dedo molhado em água ou leite, na zona onde se vai fazer a união.
Dobre e pressione bem.
Fritar em óleo abundante e polvilhar com açúcar e canela.
(Aqui foi complicado acertar a temperatura ideal pois o meu fogão chinês tem duas temperaturas: muito baixo e muito alto. Na primeira vez o óleo estava demasiado quente e a massa fez muitas bolhas, na segunda já ficaram mais apresentáveis)